Serra do Luar é um fascinante mundo imaginário onde o autor aplicou todo seu talento narrativo para criar personagens e situações repletas de lirismo e encanto para crianças e adultos.
É um trabalho que permitirá aos pais terem o que conversar com os filhos e aos filhos mergulhar numa aventura cheia de exemplos que moldarão sua personalidade através da reflexão e divertimento.
Serra do Luar é obra de um mestre da literatura e, acima de tudo, é a expressão maior de um espírito elevado que estendeu sua grandeza através de personagens que expressam os valores que todos deveríamos ter no dia a dia – valores que tanta falta nos faz no mundo de agora. Mais do que ficção, como o próprio autor predisse, Serra do Luar é um lugar no tempo que vem, onde todos gostaríamos de morar – e de ser, como um dia seremos.
MARTIM (1912-1986) foi escritor, pintor, escultor, pedagogo e pesquisador brasileiro. Foi também jornalista, desenhista, publicitário, conferencista, dicionarista e professor universitário e era um poliglota autodidata que falava e escrevia corretamente em inglês, francês, espanhol e tupi-guarani.
É autor de dezenas de livros, incluindo contos, poemas, coisas do campo e de gente, mas sua obra mais relevante, à qual dedicou quase 50 anos, foi SERRA DO LUAR, cujo primeiro volume da coletânea é publicado agora.
Além de mais de 100 criações envolvendo personagens e lugares, Martim desenvolveu técnicas de pintura para ilustrar imagens da Serra do Luar e ele próprio desenhou as figuras dos habitantes do lugar.
Na Serra moram, por exemplo:
Cachorro Farolonge, cujo faro vai tão longe que, quando volta, nem acha mais o dono no lugar.
O dono de Farolonge é Dom Puchero, o maior campeiro da Serra do Luar.
Ali vive, correndinho e espinoteante, Dona Pulgativa, que os filólogos locais chamam de Dona Pulativa. É a pulga mais sabida que há: sabe anatomia, fisiologia, psicologia, etiqueta, filosofia, costura, tecidos, cores e arquitetura – esta, para conhecer rodapé, fresta, frincha e tudo que lhe facilite salvar a vida em serviço.
Mora lá Seu Igual, o sábio que tem todos os poderes, mas prefere o poder de ser igual aos outros.
Ali dorme, dia e noite, o rio Soninho – dorme, dorme, e até os peixinhos nadam macio para ele não acordar. No fundo ele tem todos os sonhos, para as pessoas pescarem e enfeitarem suas vidas.
Tem também o Maestro Serenata, que faz tudo com música: chama gente, amarra bichos, segura chuvas, engana ventos – faz o que quer e com ele ninguém pode.
Mora lá também o gigante Assintabão. Para ele tudo sempre dá certo e ele sempre sabe por quê. É que ele vê tudo com bons olhos. É gigante só por dentro, porque por fora nem é vantagem.
E Bode Espiatório é o Detetive do lugar. Usa como óculos dois buracos de fechadura. É tão secreto que nem cheiro usa.
Na Serra do Luar não há luta do bem contra o mal, pois o mal não tem morada na Serra. Nela, mesmo quem é considerado o Rei do Terror justifica sua alcunha por razões bem diversas das imaginadas.
É simples conhecer: quando você enxergar no Céu uma nuvem bonita demais, uma nuvem que pareça mesmo feita de luar – é ela! É lá! Ela é o luar que saiu pelo mundo e se transformou no que queria, como qualquer um pode fazer.
“Terminei de revisar o Serra do Luar – Histórias para Gente Grande, que será o primeiro volume da série, concebido para adultos terem o que falar com as crianças (e o Grande do título não se refere exatamente ao tamanho da pessoa). Depois virão novas edições com histórias na Serra do Luar e outras exclusivamente dedicadas a alguns personagens, entre eles Dom Puchero, o maior campeiro do lugar, e seu cachorro Farolonge, cujo faro vai tão longe que quando volta nem acha mais o dono ali. Todos os livros e personagens foram criados entre as décadas de 1940 e 1960, mas agora publicados pela primeira vez.
Recomendo que mergulhe nesse mundo imaginário da Serra do Luar porque há grande chance de você sair dele sentindo-se uma pessoa melhor. Dependerá de você”.